sábado, 19 de maio de 2012

Tela em branco


Venham-se as brumas na minha casa
Numa noite fria de inverno 
Como um anjo caído em sua asa
Num frio do inferno
A neve a cair lá fora
Junto com minhas lagrimas 
Eu não sabia mais a hora
De parar a cair lagrimas
A sala era grande e agradável
Num estilo clássico sem igual
Era um ambiente admirável
Uma beleza individual 

Aos meus ouvidos, escutava Vesti La Guibba
A aquarela esta a minha frente 
Deixava-me ardente
E a tela em branco
Deixava-me fraco.

Na aquarela tinha tudo
Todos os tipos de cores
Todas as cores que não temos no mundo
Claras, escuras
Diferentes culturas
Coloridas, sem vidas.

Já estava ficando velho
Não tinha mais a mesma habilidade
Não conseguia me olhar no espelho
Não tinha mais aquela idade
Aos poucos, minhas mãos tremiam 
E ao mesmo tempo, doíam 
Não apenas pelo frio, mas pelo tempo

A luz era fraca na sala
Gostava daquela penumbra
Não encontrava minha bengala
Poderia ver minha sobre
A luz de vela
Que apenas iluminava
Tudo que tinha nela
E minha mente voava 
Junto com minha tela em branco
E minhas aquarelas coloridas
E minhas mãos doloridas.

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