Padre

Ironia do Destino! ou

Sarcasmo da vida?

Inda minha sede pelo conhecimento

Retirando todo sofrimento

Disse-me o padre

“Eu sou eu”

Inquieto Fiquei.

A figurar marcada em minha mente

Padre, padre, sabes o que dizes?

Finda minha expectativa

Do futuro sombrio que

a aguardava?

Ironia do destino?

O mesmo padre que um dia

Fez-me inquieto

Um dia enterrara minha mãe

Inspiração

Queria ter o gosto pela morte

De Alvares de Azevedo

Queria ter a perfeição dos versos

De Olavo Bilac

Queria ter a benção de encontrar minha Marilia

De Tomaz Antônio Gonzaga

Queria ter a ciência em meus versos

De Augusto dos Anjos

Queria ter o domínio da linguagem

De Camões

Queria ter o romantismo

De Vinicius de Moraes

Queria ter o expressionismo

De Georg Trakl

Adeus, C.

Adeus C.
Eu me despeço de ti

A Deus eu peço

Forças para seguir

Sem ti nesta estrada

Cheia de buracos

Que é a vida

Sem ti

Adeus C.

Meu pranto tu enxugou

Quando mais precisei

Agora eu me despeço

Tenho que aprender a viver

Sem tua presença

Vou tentar sobreviver

Nesta vida sem você!

O cheiro do teu perfume

Procuro o cheiro do teu perfume

Em todos os lugares

Em todos os frascos

Tento mas não consigo encontrar

O cheiro do teu perfume é uno

É indecifrável fragrância

É fragrância dos Deuses

Fragrância da flor que desabrocha

Quando hei de encontrar novamente

Este teu perfume?

Procuro ele em outros abraços

Mas só consigo encontrar em ti!

Último Adeus

Quando tuas mãos tirou de meus olhos

As lagrimas caídas pelo fim do nosso amor

Fiquei mais apaixonado por ti

Naquele momento de fim de relacionamento

Ela enxugou meu pranto

Naquele momento em que ambos

Choravam de saudade

Saudade dos tempos de glória

Naquele momento

Meu mundo

Desabou

Nunca mais teve nós

Quando dei o último Adeus

Tive a oportunidade de contemplar

O teu último sorriso e choro!

Alegria e pranto me consomem desde então

Auto-Retrato

A poesia arde em meu coração

As palavras rodeiam minha cabeça

A dor e o pranto minha inspiração

A paixão e a desilusão

Minhas velhas amigas

Este sou eu

Alimentando dores e desilusões

Nunca vou esquecer

Eu vi as fotos de uma vida

De algo que nunca presenciei

Mas fora algo que sempre apreciei

Mas sempre ficarei na dúvida

Ah C. do meu coração

Não adianta amor como o teu

Nem mesmo Orfeu

Consegue tamanha inspiração

Nunca vou esquecer

Quando te vi pela primeira vez

Sempre ei de enfraquecer

Me entregando a este amor tão sincero

Me entregando a esta fantasia

Me entregando novamente ao desespero

Soneto do sofrimento

Talvez eu saiba em algum momento

Que estas pensando em nós

Um sentimento maior que oitenta e um nós

Talvez eu tenha este pressentimento

Talvez eu saiba em algum lugar

Que tenhas lembranças de nós dois

Mas talvez Depois

Tu tenhas alguém para amar

Talvez você seja minha única exceção

Que um dia eu experimentei do amor

E da destruição

Talvez eu tenha o sentimento

De raiva e desprezo

Para aliviar todo meu sofrimento

Boemia

Ela pulava de astro em astro

Com seu vestido branco

E seus longos cabelos negros

Que se fazia a noite 

E com meu amor

Fazia-se as estrelas

Para enfeitar mais uma vez

Meu céu de solidão

Que é estar sem você

Minha desgraça

Ser poeta é ver o mundo diferente

É ver o turvo e o transparente

Ser poeta não é minha desgraça

É ver minha vida tornar-se sem graça

É ver a vida passar diante de meus olhares

É ver o amor da minha vida entre milhares

De outros olhares a sua volta

É ver que o amor não bate mais na porta

É ver meu amor em outros braços

É ver que se perdeu em meus laços

Minha desgraça não é ser poeta

É ela é ela

Perambulando pelas ruas da cidade

Longe de casa

Na cidade das torres

Vejo a garota sentada ao mar

É ela?

É ela é ela!

Sentada num banco na praia

Pensando nos amores

Que teve na vida

Vendo o grande mar a frente

Sem ninguém ao seu lado

É ela é ela!

Meu coração dispara

Eu a vi...

A garota de pele fria

Se eu pudesse voltaria no tempo

Para não ter te conhecido

Hoje eu não estaria um falecido

Como eu sou para você hoje

Ando pelas ruas deserta da cidade

Não consigo enxergar minha sombra

Sou um fantasma que assombra

Meus próprios sonhos de insanidade

A tua ausência tornou-se rotineira

Tua falta tornou-se uma doença

Falta pouco para a última sentença

Para seres minha prisioneira

Você levou meu coração

A vontade de viver

A vontade de escrever

Tirou minha respiração!

O jardim dos esquecidos II

Nada mudou desde a última vez

Que estive naquele lugar

O jardim dos esquecidos

A mesma pedra, o mesmo caminho

Tudo continua lá

Igual, desde a última vez que vi

Até minhas tristes lembranças

Continuam lá

No jardim dos esquecidos

Para Marcelina, com Amor

Queria poder olhar em teus olhos

Poder ver meus sonhos refletidos

Queria poder olhar teu sorriso

Poder ver que o motivo do teu riso sou eu

Queria saber que em seus sonhos

Sou eu quem você procura

Queria ser aquele que por uma vida

Te fará feliz!