domingo, 29 de janeiro de 2017

sábado, 28 de janeiro de 2017

Garçom


Garçom, por favor...
Antes vamos acabar com o lirismo
Vamos conversar no companheirismo
Deixamos isso para os parnasianos
Por favor...
Garçom, por favor...
Traga-me mais uma taça
Desta desgraça
Que o senhor chama de Felicidade
Mas meu paladar está com dificuldade
De decifrar o sabor desta
Garçom, Por favor...
Me dê outro cinzeiro
E escuta as palavras deste Obreiro
Que desfruta humildemente o charuto
Garçom, Por favor...
Tende piedade deste velho
Que já leu o evangelho
E não encontrou nada de resposta!
Garçom, Por favor....
Escuta este triste poeta!
Garçom, Por favor...
Traga-me uma taça cheia
Daquela bebida que todos falam
Que não lembro o nome...
É... A... Amor?!

Me acolheu como velha conhecida


Este céu sem estrelas
É o mesmo teu?
Estas nuvens carregadas
Enxergas também?
Não consigo mais enxergar
As estrelas no céu
Tudo apagou-se
Quanto tu te foste
Tudo ficou escuro
A escuridão me acolheu
Como um velho amigo
É assim que estou
Vivendo nas sombras
De um sonho
Que um dia eu pensei
Que estava vivendo

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Fantasma


Namoro um fantasma
Ela vem e se afasta
Ela vem quando a noite cai
Pelo que sei
É sempre na hora da sua morte
Quando ela silenciosamente se aproxima
Meu corpo todo se arrepia
Sei que um beijo dela é mortal
Mas morrer em seus braços
Vai me libertar para a vida

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Poeta como eu não há!


Sou poeta das dores
Aquele que rega as flores
De um longo jardim encantado
Meu coração fica todo fragmentado
Se tem poetas como eu? Duvido!
Mas nunca nos dê ouvido
Amar e não ser amado
Mesmo assim com um sorriso estampado
Este sou eu
Um idealizador de sonhos e fantasias
Sou sempre nas poesias o Romeu
Não há reciprocidade
A única que temos é com as palavras
Que nos presenteiam em toda sua integridade

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Soneto da Lembrança



Eu pensava que escrevia sobre amor
Mas meu coração é feito de dor
Tem muitas cicatrizes e saudade
Mas por favor não tenha piedade

Deste triste poeta que vos fala
Chegará o dia em que estarei de bengala
Falando sobre amores e desamores vividos
Mas porém nunca compreendidos

Talvez chegará o dia em que tanto espero
O dia em que lerás minhas tristes palavras
Mas por favor não entre em desespero

Quero apenas que se lembre do Marcelo
Lembrar que um dia eu fiz parte da tua vida
Lembrar que um dia tu me tiraste deste pesadelo

domingo, 22 de janeiro de 2017

Estrela da Morte – Haikai #1


Uma estrela caiu
No meu coração
A estrela era a morte

#Haikai é uma das formas poéticas mais conhecidas e apreciadas no mundo. De origem japonesa, valoriza a concisão e a objetividade. São pequenos poemas que expressam não só a delicada sensibilidade oriental, mas as reações humanas ao mundo que nos cercam. É a arte de dizer o máximo com o mínimo de palavras.

sábado, 21 de janeiro de 2017

Meu Coração Queima


No inferno eles recitavam
As poesias de amor
Que faço para ti
Eram homens encapuzados
Era quase uma cantoria
Toda aquela poesia
Eles zombavam
Eles riam
O que eu não entendia
Naquele lugar
É que era a vida
Como ela é hoje
A vida é assim sem você
Um inferno
Eu apenas sobrevivo
Neste inferno sem você

Contemplei certa Vez



Contemplei certa vez
O azul do céu
Um tom diferente estava
Estava tão Azul!
Contemplei certa vez
O abraço de uma mulher
O sorriso “sincero”
Palavras de amor que nunca ouvi
Contemplei certa vez
O cheiro do néctar da flor
Tão doce quanto o teu cheiro
Ah! Que saudade do teu cheiro
Contemplei certa vez
A felicidade
Mas logo ela foi embora
Assim como as estrelas que nos deixam


Representação do Belo


A representação do belo
É te ver colher as flores do campo
Na minha cara estampo
Um belo sorriso ao ver teu cabelo
No ritmo do vento
E teu longo vestido branco
Combinando com o tamanco
Mas que belo momento
O beija flor voando
Observando também tua beleza
E eu te fitando
Fumo meu humilde charuto
Observando a dama ao fundo
Colhendo da árvore seu fruto

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Soneto de Física


O professor colocou a mesa
No meio da sala
Ele tinha nas mãos uma bala
E para nossa surpresa
Colocou a bala suspensa em sua mão
E deixou-a cair
Não deixou ninguém se distrair
Quando ela tocou no chão
Ele disse: Isto é gravidade!
Mas era muita subjetividade
Então começou a surgir os cálculos
Era muita coisa para compreender
Para uma mente que só sabe escrever
Fiquei admirando a aula até o final.



segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Desculpa ser assim


Desculpa, só isso consigo dizer
Mas não consigo te esquecer
Desculpa, se não consigo encontrar
Um sorriso como o teu
Desculpa, se não consigo satisfazer
Minha louca vontade de te ter
Desculpa, se não consigo controlar
A dor da tua perda
Desculpa, eu ser um menino
E não saber o significado de amar
Desculpa, se eu não consigo
Esquecer do passado
Desculpa, mas tu não me ensinou
A te esquecer e só te querer
Desculpa, não saber lidar com mudanças
Se sou apenas um sonhador

Pra ti eu Morri?


A dúvida
Algo que me deixa
Em dúvida!
Será que ela ainda
Pensa em mim
Ou em nós?
Será que ela lembrará
De que um dia
Eu estive com ela?
Eu só queria uma resposta
Saber se vais ainda
Lembrar de mim
Ou se vais me esquecer
Assim como eu tento
Mas falho miseravelmente
É muito difícil aceitar
Que não verei mais teu sorriso
Não escutarei mais tua voz
Não sentirei mais teu cheiro
Não sentirei mais teu beijo
Não estarei contigo
É triste saber
Que haverá outro
Fazendo meu papel
Sou um miserável egoísta
Não quero tua felicidade
Quero tua felicidade ao lado meu
É difícil acreditar
Que tenho que te esquecer
Para poder viver um pouco
Viver não tem em meu dicionário
Sem tua presença
É sobreviver

domingo, 15 de janeiro de 2017

Soneto da Morte


Era um dia nublado aos poucos os pingos
De chuva fazia-se presente
Não era um dia para estar contente
Caia na minha face respingos
Lágrimas começaram a sair
Eu escutando seu coração
Não tinha mais a canção
Não conseguia mais fingir
Meu sofrimento aumentou
A tua perda me causou
Cicatrizes marcantes na alma
Coloquei pela última vez minha mão
Sobre seu rosto gelado sem coração
Era hora de dizer Adeus!

Soneto do Esconderijo


Lembra quando eu falava
Que as pessoas usavam máscaras?
Vai chegar o dia em que contemplarás
Tu ficava um pouco brava
Agora depois de um tempo pude perceber
Que a única pessoa que usava
Máscara era eu que ofuscava
Meu sentimento de não querer te perder
Eu usava para poder esconder
E um dia quiçá compreender
O amor que tinha por ti
Eu me escondia tinha medo
Eu parecia um brinquedo
Sendo usado por ti!