terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Aqui Jazem milhares de sonhos


Eu vejo tudo
Apodrecendo tudo ficando
Velho com poeira
Cada canto

Eu vejo a casa cair
Aos pedaços juntos
Com seus "éx" dias
de glória, se houve

Vejo tudo morrendo
A minha volta
Tanto o material
Quanto eu

A vontade de viver
Morreu!
A vontade de acordar
Tornou-se um pesadelo

O pesadelo da vida
É a escuridão do dia
Aquele sol, aquele céu azul
Nunca mais os vi

O azul transformou-se cinza
O sol está tão quente
Que derrete minha pele
Nunca mais senti frio!

Minha maldição era te querer
Minha maldição era quiçá
Poder um dia te ver
E poder te querer de verdade

O sentimento não existe
Já cometera esse erro
Mais de uma vez
Agora não o mais

Não quero mais gostar
Quero ser tão frio
Quanto o frio que me acolhe
E que me deixa feliz

domingo, 9 de dezembro de 2018

Aquela que guarda a entrada do paraíso


Talvez naquela primavera
Onde todas as flores acolheram-se
Todas elas murcharam
E morreram

Fora naquela primavera chuvosa
Que as cinzas do céu nublado
Trouxe as lembranças
Que me fora traduzida em lagrimas

Nunca houve uma época tão escura
Quanto aquela que tu me deixaste
Quando eu caí na cova
E a areia me sufocava a cada pá

O canto dos pássaros não existe mais
Só consigo escutar o choro deles
A procura do escasso alimento
Que suas mães não o tem

Aquele inverno fez tão calor
Foi um inverno sem o frio
Nunca mais o chocolate quente
Se fez presente a mesa

Olhar para o céu a noite
Também tornou-se estranho
Não conheço essas novas estrelas
Neste céu sem tuas lembranças

A chuva que cai lá fora
Se mistura com as pétalas de
Flores que tento jogar no quarto
Para tentar lembrar de ti

Mas aquelas pétalas param no chão
São de flores mortas
Elas se aglomeram no quarto
Junto com as lágrimas

Inda que o divino saiba
Onde tu estejas, estejas feliz
Feliz com quem tu amas
Com quem a ama

Nunca saberei, absolutamente nada
Enquanto isso o triste poeta
Vai cada vez mais
Enterrando-se na triste terra!


domingo, 2 de dezembro de 2018

O sangue as feridas que eu vi

Da minha lira as pétalas de flores
Desabrocham no abandono
Da minha escrita
Onde a flor murchou e morreu

Outrora viveu neste corpo
A inspiração que todo poeta merece
Outrora talvez um pouco
A felicidade se fez presente

O corpo deste triste poeta
Apenas vaga nesta terra sem ela
O canto dela já se fora
Assim como eu

Minha alma não está mais 
Neste corpo morto
Aos poucos a pele morta 
Da os sinais de apodrecimento

A monocromática vida 
Jamais encontrou suas cores
Jamais vi os olhos teus
Para abrilhantar a luz da cidade

Para ter a visão
Do nascer da flor do campo
Do pôr-do-sol no final de tarde
E o surgimento das estrelas no céu

A escuridão do céu noturno
É tão claro quanto este silêncio
Que grita neste meu coração 
Apodrecido 

Quantos anos inda ei de contar
Lá fora agosto, lá fora dezembro
Lá se fora outro ano
E a poesia se repete

Talvez a inspiração do triste poeta
Seja a escuridão do seu tempo
E a tristeza de sua realidade
Sem a quem amar 

A febre se repete
Não pega tão somente o poeta
Pega a todos
E todos a acolhem-na

Tento não me recordar dos meses
Ou talvez dos anos
Mas a cada vez a cada mês
Eu conto...

Faz 2 anos, faz 1 ano
Em que te conheci
Faz 2 anos, faz 1 ano
Em que te perdi

O cronometro não para
Mas minha vida parou
Assim como meu coração
Parou de bater!