quarta-feira, 30 de maio de 2018

Matei um homem

Mamãe, eu matei um homem
Eu matei um homem
Aos poucos o sangue
Escorria nas minhas mãos

Trêmulas sem saber o que fazer
Sem nenhuma orientação
Querendo uma palavra tua
Para saber onde ir

Mamãe, eu matei um homem
Aos poucos o corpo dele
Deslizava sobre minhas mãos
E meus olhos se fechavam

Era tão belo ver o nascimento
Ver a luz deixar os olhos
Daquele homem 
Desconhecido

Aos poucos Mamãe,
Descobri que
O homem morto
Era eu 

domingo, 27 de maio de 2018

O encontro com o desespero

É como se estivesse
A sua espera 
Esse silêncio Sepulcral
Invade minha cabeça

Tapa meus ouvidos
Para qualquer ruído
Que não seja teu pensamento
Tudo se fechou

Não sei ao certo
Se estou vivendo
Ou se estou
Em um pesadelo sem você

Parado na lembrança te esperando
Mergulhado na esperança de te ver
Possuído pelo sentimento
Que é te amar


A casa é tão grande
Tão silenciosamente perfeita
Tudo está brilhando
A tua espera

As vezes fico observando
Pela janela do quarto
Na esperança
De te ver chegar

Mas você nunca chega
A noive vem
Eu ainda estou parado
A tua espera

Eu era tão feliz contigo
Eu estava vivo
Eu tenho a lembrança de viver
Quando estava ao lado teu

Agora percebo o quão morto
Eu e este mundo é
Sem você ao lado meu
Sem teu sorriso

Ainda tenho a esperança
De te encontrar um dia
Ver teu nome escrito
Numa lápide 

Quem sabe neste dia
Eu te presenteie com flores
Ou até mesmo com a vida
Que outrora tu me tirou!

A tristeza e a Beleza


Eu adorava-a tanto!
A presença dela iluminava
Os dias chuvosos
O sol voltava a brilhar

Só de lembrar que
Estive ao lado teu 
Me entristece
Por te perder

Se um dia ia te perder
Por que fui te ter?
Porquê
Tua ausência me mata

Me deixa triste ao pensar
Que só te vejo em fotos
Não consigo nem mais sentir
O teu cheiro

Que saudade da felicidade
Que um dia era tu
Toda a felicidade
Que sonhara em ter 

Lagrimas saem de meu olhar
Ao pensar em ti
O pior de tudo
É não lembrar mais...

Como se aos poucos
Eu estivesse perdendo
As memórias ao lado teu
Tudo fica nebuloso....

Mas o principal eu lembro
Da sensação maravilhosa 
Que era te ter 
Que era te amar!


sábado, 12 de maio de 2018

A bailarina dos meus Sonhos

Eu sempre a observava 
De canto de olho
Sempre encantado com sua beleza
Encantado com aqueles passos

Tão bela quanto a música
A valsa das flores
Aquela beleza toda dela
Ah... se Tchaikovsky a visse

Mas o triste poeta a viu primeiro
Conseguia ver a raiz dourada do cabelo
Preso naquele rabo de cavalo
Ela era bela e alta

Tão delicada quanto a flor
Que envolvia sua orelha
Tão delicada quanto a doce melodia
Que menina!

Eu admirava-a tanto
Como eu admiro a morte!
A pontinha dos pés
Todo aquele público

Mas eu só a queria para mim
Ficar de ponta dos pés
Naquele uniforme
Uniformemente perfeito

Toda métrica do movimento
Aquela música ao fundo
Deixava-me encantado 
Parece estar sonhando com ela 

Aquele rosa e branco da roupa
Ela contudo
Nunca me viu
Mas eu sempre a via

Eu via o suor em sua testa
Nervosa com todo aquele público
Eu via o suor em seus braços
Querendo fazer a apresentação perfeita

A pele dela era tão limpa
Sem marcas ou rugas
Seus lábios vermelhos
Como o sangue que sai dela

Seus braços nus
Apontado para o alto
Querendo pegar uma estrela
Do triste céu

A cor de seus castanhos olhos
Me lembrava a menina
Dos sonhos meus
Toda noite

Seus cabelos dourados
Não eram compridos
Mas o suficiente para combinar
Com o rabo de cavalo

Eu, contudo, nunca a vi
Sorrindo
Sempre com certo ar de tristeza
Essa tristeza me encantava !

Aqueles olhos grandes e tristes
Quando parecia sair uma lágrima
Ela apenas fechava os olhos
E pensava em tudo...

Quando fecho os olhos a noite
Também tranco minha caixa
A caixa de música
Com aquela menina sempre dançando!


quarta-feira, 9 de maio de 2018

Nos corredores do IMEF

Aqueles corredores estavam silenciosamente
Silenciosos
Como se estivessem a minha espera
Talvez...

Toda aquela ausência de movimento
Sem ninguém naquele lugar
Somente eu
Curtindo aqueles corredores

Com a memória fervendo em lembranças
Vejo nossas imagens naqueles
Corredores, salas
Todo aquele barulho

Quase nada mudou 
Naquele lugar
Mas todo aquele silêncio 
É assustador

Assustador é 
Depois que todos anos
Esse lugar ainda
Me acalma 

domingo, 6 de maio de 2018

O teu campo Florido


Se tu souberas
Quantas flores morreram 
Quando tu partiu 
Talvez tu voltaria correndo
Para ver o campo nascer
Das mais lindas flores
O renascimento do meu campo
O renascimento das flores
O renascimento da minha vida!