sábado, 12 de maio de 2018

A bailarina dos meus Sonhos

Eu sempre a observava 
De canto de olho
Sempre encantado com sua beleza
Encantado com aqueles passos

Tão bela quanto a música
A valsa das flores
Aquela beleza toda dela
Ah... se Tchaikovsky a visse

Mas o triste poeta a viu primeiro
Conseguia ver a raiz dourada do cabelo
Preso naquele rabo de cavalo
Ela era bela e alta

Tão delicada quanto a flor
Que envolvia sua orelha
Tão delicada quanto a doce melodia
Que menina!

Eu admirava-a tanto
Como eu admiro a morte!
A pontinha dos pés
Todo aquele público

Mas eu só a queria para mim
Ficar de ponta dos pés
Naquele uniforme
Uniformemente perfeito

Toda métrica do movimento
Aquela música ao fundo
Deixava-me encantado 
Parece estar sonhando com ela 

Aquele rosa e branco da roupa
Ela contudo
Nunca me viu
Mas eu sempre a via

Eu via o suor em sua testa
Nervosa com todo aquele público
Eu via o suor em seus braços
Querendo fazer a apresentação perfeita

A pele dela era tão limpa
Sem marcas ou rugas
Seus lábios vermelhos
Como o sangue que sai dela

Seus braços nus
Apontado para o alto
Querendo pegar uma estrela
Do triste céu

A cor de seus castanhos olhos
Me lembrava a menina
Dos sonhos meus
Toda noite

Seus cabelos dourados
Não eram compridos
Mas o suficiente para combinar
Com o rabo de cavalo

Eu, contudo, nunca a vi
Sorrindo
Sempre com certo ar de tristeza
Essa tristeza me encantava !

Aqueles olhos grandes e tristes
Quando parecia sair uma lágrima
Ela apenas fechava os olhos
E pensava em tudo...

Quando fecho os olhos a noite
Também tranco minha caixa
A caixa de música
Com aquela menina sempre dançando!


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