domingo, 2 de dezembro de 2018

O sangue as feridas que eu vi

Da minha lira as pétalas de flores
Desabrocham no abandono
Da minha escrita
Onde a flor murchou e morreu

Outrora viveu neste corpo
A inspiração que todo poeta merece
Outrora talvez um pouco
A felicidade se fez presente

O corpo deste triste poeta
Apenas vaga nesta terra sem ela
O canto dela já se fora
Assim como eu

Minha alma não está mais 
Neste corpo morto
Aos poucos a pele morta 
Da os sinais de apodrecimento

A monocromática vida 
Jamais encontrou suas cores
Jamais vi os olhos teus
Para abrilhantar a luz da cidade

Para ter a visão
Do nascer da flor do campo
Do pôr-do-sol no final de tarde
E o surgimento das estrelas no céu

A escuridão do céu noturno
É tão claro quanto este silêncio
Que grita neste meu coração 
Apodrecido 

Quantos anos inda ei de contar
Lá fora agosto, lá fora dezembro
Lá se fora outro ano
E a poesia se repete

Talvez a inspiração do triste poeta
Seja a escuridão do seu tempo
E a tristeza de sua realidade
Sem a quem amar 

A febre se repete
Não pega tão somente o poeta
Pega a todos
E todos a acolhem-na

Tento não me recordar dos meses
Ou talvez dos anos
Mas a cada vez a cada mês
Eu conto...

Faz 2 anos, faz 1 ano
Em que te conheci
Faz 2 anos, faz 1 ano
Em que te perdi

O cronometro não para
Mas minha vida parou
Assim como meu coração
Parou de bater!

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